Os bombeiros e policiais militares aceitaram a proposta do Governo e decidiram encerrar a greve durante assembleia da categoria realizada na madrugada desta quarta-feira (4), no 6ºBatalhão onde os militares estavam aquartelados desde a última quinta-feira (29/12).
Em reunião tensa no Palácio Abolição, sede o governo, representantes da administração estadual e líderes do movimento grevista garantiram a elaboração de um acordo para colocar fim a paralisação. Depois de quase 15 horas de reunião, o encoontro foi interrompido para a elaboração do documento com os termos do acordo que foi encaminhado ao governador Cid Gomes e depois levado para conhecimento da categoria na assembleia realizada o início da madrugada.
		Sem assinatura de Cid
		Apesar de ter participado da negociação, o governador Cid Gomes não assinou o documento  que trata do acordo com bombeiros e policiais militares. A solicitação de compromisso contou com a assinatura de líderes do movimento grevista e, por parte do governo, dos secretários Mauro Filho (Sefaz) e Eduardo Diogo (Seplag). O Procurador Geral do Estado, Fernando Oliveira, também assinou o documento representando o governador Cid Gomes.
		De olho no acordo
		Estavam presentes na reunião o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Flávio Sabino; o deputado estadual, capitão Wagner Souza; o procurador geral do Estado, Fernando Oliveira; a defensora pública geral do Estado, Andréia Coelho; a procuradora-geral de Justiça, Socorro França; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Ceará, Valdetário Monteiro; além de deputados estaduais, federais e senadores.
		Decisões
		A proposta prevê, entre outros pontos:
		- Anistia para os militares em greve que participaram de protesto contra o governo;
		- A não adoção de medidas punitivas, desconsiderando multas tanto para policiais como para as associações;
		- Redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas;
		- Pagamento de gratificação do turno da madrugada com R$920 agregados ao turco C (adicional noturno);
		- Pagamento de vale-alimentação no valor de R$ 10;
		- A formação de uma comissão paritária que terá a responsabilidade de estudar os próximos reajustes salariais.
A greve está encerrada mas as negociações continuam. Itens que ficaram de fora do acordo entre governo e categoria, como por exemplo a tabela de reajuste salarial gradativo até 2015, devem ser negociados nos próximos dias.
Os militares decretaram greve na última quinta-feira (29). A categoria reivindicava, dentre outros pedidos, reajuste salarial, melhor infraestrutura de trabalho e contratação de mais policiais para cobrir o efetivo.
		Volta ao trabalho
		Também durante a reunião entre governo e representantes dos militares ficou acertado que, com a aprovação da proposta durante assembleia da categoria, bombeiros e policiais militares retornariam ao trabalho normalizando o serviço até as 14horas desta quarta-feira (4). 
		Bastidores: lágrimas e rancor
		Após a reunião, diversos secretário e parlamentares que acompanharam o encontro no Palácio Aboliação relataram para a imprensa detalhes da reunião realizada a portas fechadas. Outros divulgaram informações pelas redes sociais. O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) chegou a afirmar via Twitter que a reunião foi “muito difícil. A tensão levou alguns participantes às lágrimas. Imensa responsabilidade de defender o povo cearense”.
Outros relatos dão conta de que os participantes da reunião ficaram separados em duas salas e que o governador Cid Gomes evitou qualquer tipo de contato, inclusive visual, com o deputado estadual Capitão Wagner Souza, um dos líderes do movimento.
Fonte: Kezya Diniz
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