Sem renúncia de Cid, debate sobre aliança entra em nova fase
07/04/2014 16:23
Sem renúncia de Cid, debate sobre aliança entra em nova fase
Por: Ferreira Jr.
Depois de uma semana de muita expectativa e especulações sobre a possível renúncia de Cid Gomes (Pros), o governador decidiu que fica até o fim do mandato, que se encerra no dia 31 de dezembro deste ano.
O primeiro efeito prático da decisão é que tanto Cid quanto o atual secretário da Saúde do Estado, Ciro Gomes, estão fora da disputa eleitoral de outubro e, portanto, ficarão sem cargos públicos a partir de janeiro de 2015. De acordo com o calendário, sábado era o último dia para desincompatibilização. Com a permanência, Ciro, por ser irmão do governador, não poderá se candidatar.
Pelo Face
A definição do governador foi divulgada na noite de sexta-feira, pela página da rede social Facebook. Segundo disse, Cid recebeu apelo de diversos amigos, partidos e lideranças políticas para considerar a possibilidade de deixar o governo do Estado, de maneira a ensejar uma candidatura do partido ao Senado Federal.
Ordem na casa
A partir disso, inicia uma nova fase nas articulações para compor a chapa majoritária. Para Cid, a principal meta agora é organizar o cenário a fim de eleger um sucessor de sua total confiança. De acordo com o cientista político Francisco Moreira, a permanência de Cid no cargo fragiliza toda a aliança, criando um problema com as legendas da base. “Quando ele não sai e nem se define, acaba rompendo com os aliados”.
Opinião
Todo o “bafafá” sobre a possível candidatura de Ciro, com apoio do governador, gerou nos partidos aliados, como PT e PCdoB, o sentimento de que poderiam ficar fora do páreo, sem vaga ao Senado. “Cid criou uma situação extremamente difícil e complexa”. Segundo disse o cientista político, apesar do desgaste, o grupo do PT ligado ao deputado federal José Guimarães pode voltar a ganhar força em razão da desistência de candidatura do ex-ministro.
Senado
Lembrando que os petistas, durante encontro da executiva estadual do PT, aprovaram, no fim de março, a indicação Guimarães para disputar a vaga ao Senado. De acordo com o deputado federal, a legenda tem conversado com o Pros e o PMDB, mas ainda não houve definição. “As coisas estão bem posicionadas. Se vai ter racha ou não, eu não sei, vamos esperar um pouco mais”, refletiu Guimarães.
Inácio
Em relação ao PCdoB, Francisco Moreira explica que o apoio da legenda à candidatura de Roberto Cláudio na eleição municipal, objetivando manter a aliança, não funcionou. “Deu errado, porque o senador Inácio Arruda tem pequena chance de ser apoiado pelo Cid para a reeleição”.
O presidente estadual da legenda Luiz Carlos Paes informou ao jornal O Estado que já esperava que Cid não renunciasse ao cargo. Segundo disse, o PCdoB não foi informado oficialmente sobre a hipótese da saída para que Ciro fosse candidato ao Senado. “Uma mudança desse tipo teria que ter sido conversada e negociada há mais tempo. Isso surgiu de repente”.
A legenda manterá a posição de reivindicar a reeleição de Inácio Arruda. De acordo com Paes, não ficou nenhum ressentimento. “Eu acho que tanto o Ciro quanto o Cid são duas grandes lideranças políticas. Não ficou ressentimento”, disse. O presidente do partido aproveitou para enfatizar que as conversas com o Pros e com o PMDB serão mantidas. “Vamos continuar nos reunindo tanto com o Cid quanto com o Eunício. Temos um bom relacionamento com o senador, que nos procurou, e tivemos uma boa conversa”.
Nomes
Os possíveis indicados por Cid ao governo do Estado seriam o vice-governador Domingos Filho, o presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque, o deputado Mauro Filho, o ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino, e a ex-secretária da Educação, Izolda Cela.
Em baixa
Como, nos bastidores, comenta-se que todo o imbróglio a respeito da decisão de Cid não renunciar surgiu da recusa do vice-governador Domingos Filho em deixar o cargo, ainda não se sabe se Domingos estará na lista dos pré-candidatos à sucessão estadual.
Eunício
á ainda a possibilidade de apoio à candidatura do senador Eunício Oliveira (PMDB) à chefia do Palácio da Abolição. O peemedebista já faz caminhadas pelo interior e reuniões com partidos a fim de articular sua candidatura, mas ainda espera um posicionamento de Cid. “Permanecer no cargo foi uma decisão pessoal do governador e em nada altera a posição que foi colocada pelo PMDB, que é a vontade de ter uma candidatura própria ao governo do Estado”, afirmou Eunício.
Sobre a possibilidade de ser traído pelos Ferreira Gomes, Eunício disse que “não existe traição do lado do PMDB”, acrescentando que nunca houve compromisso assumido pela legenda que não tivesse sido honrado. “Prefiro ser traído do que ser traidor”, completou.
Com informações do Jornal O Estado